quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O caos da seleção brasileira feminina de Basquete

Foi-se o tempo que a seleção brasileira feminina de Basquete podia se dar ao luxo de jogar na individualidade. Foi-se o tempo que que Paula e Hortência e, depois, Paula, Hortência e Janete faziam o Brasil vencer mesmo quando o coletivo não funcionava. Foi-se o tempo bom do título mundial de 94, da prata nas Olimpíadas de 96 e até mesmo do bronze (Já sem Paula e Hortência) em Sidney, 2000.



O tempo de hoje deveria ser o da organização, do intercâmbio, do trabalho de base, da formação de treinadores, etc. Infelizmente, o que acontece é o tempo da incompetência, do desleixo, do jogo político (muitas vezes rasteiro). E o basquete brasileiro sofre. Se o masculino ainda tem (pela última vez e com risco de não classificar) Nenê, Leandrinho, Alex, Guilherme, Marquinhos e teria Splitter e Varejão, o feminino tem o caos.

O caos de trocar toda hora de treinador, o caos de meio que banir uma jogadora e depois trazê-la de volta, o caos de ver uma jogadora (Damiris) abdicar da WNBA e não dar a ela as condições sequer de vencer no torneio olímpico em casa, o caos de não fortalecer a Liga, não ter trabalho de base, não ter trabalho algum da CBB.

Não existe nenhuma lógica em criticar as atletas. Elas lutaram, tentaram, mas desorganizadas por falta de filosofia de jogo de um técnico ultrapassado. Mas também não se deve criticar o Barbosa. ele só estava lá porque não há renovação nem dentro e nem fora da quadra. A culpa tem que ser dada a quem tem culpa: a CBB.

É fato que o caos não é privilégio da CBB. A milionária CBF, por exemplo, é um exemplo claro do esporte no Brasil onde seu presidente não pode sair do país senão será preso. Se é verdade que a realidade da CBF não é a da CBB, também é verdade que a criação do NBB e da LBF foram da esperança ao desencanto, à frustração. Não fazem, como se esperava, o basquete ficar mais forte. Talvez impeçam que a CBB destrua o basquete brasileiro de uma vez.

É preciso uma mudança radical, uma revolução no esporte brasileiro. E não pode ser por conta do governo (sobretudo esse governo ilegal, ilegítimo, golpista). É preciso acabar com os dirigentes de carreira, é preciso ter transparência nas contas de todas as Confederações, Federações etc, é preciso que os atletas tenham voz e força (e que não se vendam ao sistema).

O basquete feminino não está morto. Mas em coma profundo induzido pela CBB. É hora de fazer uma faxina. 

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