sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Thiago Pereira. Sintam orgulho, brasileiros!

Havia ontem no Parque Aquático uma expectativa muito grande com a possibilidade de medalha nos 200m medley com Thiago Pereira. Uma disputa entre Thiago, Ryan Lotche, Kosuke Hagino e o mito/monstro Michael Phelps parecia um sonho. E foi. Durou 150m.

Primeiro é preciso dizer que não há termos de comparação entre a estrutura da Natação dos EUA, do Japão e do Brasil (só pra ficar entre os países envolvidos no "sonho"). Os EUA são potência desde sempre, têm uma forte estrutura no esporte universitário e uma história de títulos. O Japão cresceu nos últimos anos com muita estrutura e ganha medalhas em todas as edições dos Jogos. Já o Brasil .... 7 anos depois da escolha do Brasil como sede das Olimpíadas nada foi feito pela CBDA seja na base ou no alto rendimento. A natação feminina continua a espera de uma lenda como o masculino já teve Gustavo Borges e Cielo, por exemplo. O masculino regride a olho vistos com ídolos envelhecendo e não conseguindo repetir desemprenho. Cielo nem se classificou, Thiago, com 30 anos, ficou em 7°, França nem perto da medalha passou.



E Thiago Pereira? Pois bem, com toda a falta de estrutura, o fluminense de Volta Redonda contou com seu talento e sua história para chegar a final dos 200m medley. Gerou a expectativa do primeiro parágrafo e ele tentou. Tentou muito. Foi com tudo pra cima de Phelps e Lotche e, por 175m parecia que daria certo, parecia que a medalha, prata ou bronze, viria. Estava lado a lado com Ryan e subitamente (para nós) e ao chegar no limite extremo, Thiago ficou para trás.

Após a prova, Thiago Pereira disse que já nos 150m sentia o corpo queimando, fruto do esforço de acompanhar os nadadores estadunidenses e suas estruturas infinitamente maiores que as do brasileiro. Aos 175m, Thiago já não conseguia fazer os movimentos e foi ficando para trás, chegando em 7°.

Não há porque criticar Thiago Pereira. Ele arriscou e era isso que tinha que fazer. Há que se exigir vergonha na cara e renúncia coletiva dos dirigentes de quase todos os esportes olímpicos. Há de se exigir mudanças profundas que impeçam a perpetuação desses dirigentes nas entidades. Há de se exigir transparência, fiscalização. Sem isso, os esforços dos Thiagos da vida não funcionarão ante o trabalho organizado, científico e correto das potências do esporte pelo mundo.

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