quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O Fluminense na berlinda

Duas derrotas em clássicos mostraram muita coisa sobre o Flu. Do elenco a diretoria, passando pela torcida

Após a vitória contra o Cruzeiro, toda a imprensa dizia que Eduardo Bptista teria tranquilidade para trabalhar, que a pressão havia diminuído e que talvez ele pudesse, enfim, fazer o time jogar como ele gostaria. Ledo engano. Duas derrotas em clássicos depois, a pressão é mais forte do que nunca provando que campeonato estadual só serve para demitir treinador.

Os problemas do Fluminense estão muito acima e são muito maiores que o Eduardo Baptista. Ele tem seus erros mas não é culpado de tudo. Em primeiro lugar, é preciso que se diga que qualquer diretoria que se arvorar em contratar apenas para agradar a torcida vai quebrar a cara. E foi o que a diretoria do Fluminense fez. A torcida do Fluminense passou vários anos recebendo regalos do mecenas. Romário, Edmundo, Deco, Fred são alguns dos nomes que vieram para o Fluminense graças a parceria desfeita em 2014. O problema é que esse costume e adoração por medalhões não pode ser replicado na diretoria e muito menos ser o combustível para contratações.

Peso Pesado
O que justifica a contratação do Diego Souza? Ele é bom jogador? É. Ninguém tem dúvida disso. Mas ele tem alguma chance de encaixar nesse elenco? Aí a porca torce o rabo. No futebol moderno não há espaço para jogadores que só joguem com a bola no pé, para pesadões e paradões. Com a contratação do Diego, o Fluminense passou a ter 3 jogadores lentos e pesados no elenco: ele, Cícero e Fred. Qual time resiste a essa falta de mobilidade?



Quem acompanha o futebol europeu pode me responder: qual grande time europeu tem 3 jogadores pesados e lentos do meio pra frente? Barcelona? Real Madrid? Bayern de Munique? Manchester City? Aliás, o City merece um parêntesis. Yaya Touré é um baita jogador. Mas é pesado e lento. Apesar disso, conseguia jogar com desenvoltura e o City ganhou duas vezes o campeonato inglês. Hoje, com menos mobilidade, não deixa o City compacto e o time é 4° na Liga, foi humilhado pelo Chelsea na Copa da Inglaterra e só está bem na Champions porque pegou o frágil Dínamo de Kiev.

Voltando ao Flu, Cícero e Diego Souza não têm culpa em estar no Fluminense. Eles foram contratados pela diretoria para agradar a torcida e não para reforçar de fato o elenco. Eduardo Baptista erra feio ao manter os 3 em campo. O resultado é uma lentidão que permite ao adversário recompor e dificultar as ações ofensivas do tricolor. E aí, tome chutão pro Fred se virar. Quando Eduardo vai mexer, via de regra, tira algum menino de Xerém para colocar outro e mantém o que não está e não dará certo. A impressão que nos passa é a de que não tem coragem de tirá-los de campo.

A torcida, louca por medalhões, e que sonhava com o retorno do Cícero e combate ferozmente cada erro do Danielzinho, vai pelo caminho mais fácil e pede a cabeça do treinador. E quem a torcida deseja? Cuca, que custava 1 milhão por mês na China. A conta não fecha. Com torcedores deixando de ser sócios diariamente, com estádios sempre vazios, com uma torcida que não gera receita para o clube só se o Fluminense assaltar a Casa da Moeda como dizia minha mãe quando eu, adolescente, pedia dinheiro.

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