segunda-feira, 18 de outubro de 2010

13 jogos do Fluzão - Fluminense 0x0 Vasco - 1984

Era minha primeira final no Maracanã em que eu iria sozinho, Depois de ver Fluminense 0x0 São Paulo, pela segunda fase e os dois jogos contra o Corinthians, na semi-final, estava diante da final do Campeonato Brasileiro. No primeiro jogo, o Fluminense vencera o freguês por 1x0, gol do Romerito e precisava só do empate pra levantar a taça

Ao longo do campeonato, os dois times mostraram que eram os melhores da competição. O Vasco possuía o melhor ataque, com goleadas imensas como as contra a Tuna Luso e Inter de Santa Maria. Já o FLU tinha a melhor defesa e sofrera apenas 2 derrotas, para o Santos, no Maracanã, pela primeira fase e para o Goiás, no Serra Dourada, pela segunda fase.

O domingo, 27 de maio, estava bonito. Perfeito para o título. Fui almoçar na casa de minha avó no Méier com meu pai que não quis ir ao jogo e tentou me demover da idéia até o último minuto. Não conseguiu. Após aquela galinha ao molho pardo que só a D. Ricardina fazia e já com o manto sagrado, parti para o estádio. Aos 13 anos estava prestes a ver o meu time ser campeão brasileiro.

Ao chegar na entrada do Belini, após comprar o ingresso, o portão ainda estava fechado. Entrei em uma fila atrás de um senhor tricolor com o neto vascaíno. O coroa zoava tanto o moleque que ele já estava quase chorando. Aí, ele começou a cantar a trasnversão do hino cruzmaltino: "E vamos todos cantar de coração, a cruz de malta é um cagalhão. Vem do dono de um babaca português. Vasco da Gama do Fluzão é um freguês". O moleque quis ir embora e eu comecei a rir. Nunca mais me esqueci dessa versão.

Ao chegar nas arquibas, já estava claro que nossa torcida seria muito maior que a dos portugueses. Das 128 mil pessoas pagantes, eu diria que eram 80mil tricolores. Tanto que houve o grito de "Vamos invadir" e a torcida do Vasco correu para se espalhar e ocupar os espaços do lado direito das cabines de rádio e impedir a invasão tricolor. Nós, apertados cantávamos sem parar.

O jogo foi tenso, com poucas oportunidades de lado a lado. As mais claras foram do FLU com Washington de cabeça e Ayrton salvando em cima da linha e com Assis, que deu um drible desconcertante no falecido Daniel Gonzales e chutou tirando tinta da trave esquerda do goleiro Roberto Costa. O Vasco teve chance também mas parou no fantástico Paulo Victor. No último lance do jogo, a bola saiu pra escanteio a favor do Vasco e eu já não tinha mais unha para roer mas o árbitro encerrou antes da cobrança pra explosão de alegria da massa tricolor no Maracanã e em todo o Brasil.

O meu Fluminense, o nosso Fluminense era, finalmente e com justiça, o melhor do Brasil. Fiquei até o final da volta olímpica e fui pra casa, sem voz e todo branco de talco. Não tinha nem como gritar na chegada do prédio. Mas a alegria por aquele 27 de maio de 1984 circula em minhas veias até hoje.

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