Eu ia escrever esse texto ontem, depois que encontrei um amigo vascaíno no trabalho e ele proferiu essa frase. Ia dizer que a obrigação de ganhar era do Flamengo pois eles haviam torrado mais de 150 milhões de reais em contratações (só não dispuseram de algumas centenas de reais para evitar incêndio no Ninho do Urubu, mas isso é outra história) e tal.
Mas a correria do dia-a-dia impediu que eu escrevesse esse texto antes do Fla-FLU da semi-final da inútil Taça Guanabara.
Foto: Lucas Merçon |
Mas, agora, depois da vitória épica de ontem, lembrei dele dizendo: É hoje! Tem que ganhar, hein! Meu bom e velho amigo tinha razão. E por que? Nem sempre gastamos bem o dinheiro que temos. Eu mesmo já comprei muita porcaria cara por aí. Além disso, não adianta comprar uma TV super top e dar a alguém que se levanta pra procurar o seletor de canais da TV (se você tem menos de 30 anos provavelmente não sabe o que é isso. Sugiro que dê um Google).
Foto: RUDY TRINDADE/FRAMEPHOTO / Estadão Conteúdo |
E o Flamengo é isso. Um monte de pseudo celebridades futebolísticas nas mãos de um cara que, quando esteve no FLUMINENSE, encheu o peito de orgulho para dizer que ia mudar radicalmente a forma de jogar e isso significava colocar 3 zagueiros.
Já o FLUMINENSE é uma TV com menos recursos técnicos. Mas está nas mãos de um cara que sabe até atualizar o firmware do equipamento. Sabe como funciona cada recurso e sabe como extrair o melhor deles. Fernando Diniz consegue fazer um time mediano ter posse de bola semelhante a do estrelado e galático Barcelona ou do fantástico Manchester City. O Time de Guerreiros foi melhor que o estrelado Flamengo em quase todo o jogo. No segundo tempo, então, foi um passeio tático do Diniz em cima do Abel.
Diniz foge do usual, tem um entendimento de jogo moderno, de posse de bola, perde-pressiona, paciência para achar os espaços e isso é um exemplo de coragem absurdo. Sobretudo em um país onde o bom trabalho tem que, de qualquer maneira, gerar vitórias. E imediatamente! Um país onde a fritura de técnico é rotineira e não se dá tempo para que a filosofia seja implantada. Diniz é um oásis no deserto que é o futebol brasileiro.
Pode ser que não dê certo. Pode ser que, com o tempo, as relações com o elenco se desgastem. Pode ser que o Fluminense não mantenha esse padrão de jogo e não conquiste vitórias como a de ontem. Mas, certamente, mesmo o estadual da FERJ sendo um lixo, tínhamos, como disse meu amigo vascaíno, que vencer ontem. E vencemos.
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