segunda-feira, 2 de julho de 2018

O dia que já dura 10 anos

10 anos da derrota mais doída da minha vida


Há 10 anos os tricolores passaram do sonho ao pesadelo em alguns minutos. Da alegria à tragédia. Da festa ao choro. Há 10 anos o Maracanã viveu a sua mais bela festa e a sua maior tragédia. Há 10 anos, o Fluminense quase chegou ao sonho da Libertadores.


E como merecíamos aquele título. Dono da melhor campanha da primeira fase com 4 vitórias, 1 empate e uma derrota, fomos eliminando os adversários. Primeiro o Atlético Nacional. Depois, de maneira épica e inesquecível, eliminamos o São Paulo com gol aos 46 do segundo tempo. Por fim, calando a boca dos rivais que até torcida organizada inventaram, passamos o trator sobre o Boca Juniors. A final seria contra a LDU a quem vencemos por 1x0 e empatamos o outro jogo em 0x0 na fase de grupos.

Depois de eliminar São Paulo e Boca Juniors nem o mais pessimista tricolor achava que o título não iria para as Laranjeiras. Mas a competição parou por 1 mês e a comissão técnica preferiu não levar os titulares para Quito com a antecedência que permitiria aos jogadores as mesmas condições que os equatorianos no ar rarefeito. Além disso, a parada diminuiu o ritmo que time e torcida estavam na competição.

Ainda assim 80mil pessoas foram ao Maracanã e fizeram a mais bela festa que já se viu no Maracanã. Como haviamos perdido o primeiro jogo por 4x2, precisávamos de uma vitória por 2 gols para levarmos para a prorrogação. E logo de cara levamos um gol. Mas a sintonia time/torcida era tão grande e a confiança também que o time não se abateu. Thiago Neves, um monstro na competição, empatou e virou ainda no primeiro tempo.

Veio o segundo tempo e aos 12 minutos Thiago Neves bateu falta com perfeição e ampliou. Faltavam 33 minutos para mais um gol. 33 minutos para o título. 33 minutos para a consagração.E o gol não veio. Mas tinhamos mais 30 minutos para um gol. Um gol...

O chute de Thiago Neves no segundo tempo da prorrogação, pegando de chapa, passou rente a trave. Foi a última chance, o último suspiro.O dia 02 de julho já havia acabado (os penais foram batidos já no dia 03) mas assim como a disputa, o dia não havia acabado, ainda não acabou.

Há 10 anos que não consigo ver nenhuma imagem daquele jogo. Há 10 anos que não gosto de falar sobre aquele jogo. A cada 2 de julho uma sensação de morte toma conta de mim. Escrever essas poucas linhas talvez sirva até como terapia a esse mal que o dia 02 de julho me causou,

Mas a certeza é que ele ainda não terminou. E não sei se terminará.

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