sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Na crise Abel x Wendel tem de tudo. Menos liderança.

Ao expor Wendel na imprensa, Abel mostra outra faceta: a falta de liderança

Após o empate contra o Flamengo por 1x1 no Maracanã, o técnico do Fluminense, Abel Braga, deu sua entrevista coletiva. Irritado, interrompeu a pergunta de uma jornalista sobre a situação de Wendel e disse em tom de autoridade: "Eu tirei". Se parasse por aí, estaria tudo ok. O técnico tem a prerrogativa de escalar quem ele achar melhor e, se houve indisciplina, ficou nos bastidores e segue o jogo.



Mas não parou por aí. Abel, que faz um péssimo trabalho a frente do Fluminense, expôs o garoto de 20 anos a todo o Brasil e disse porque o barrou. E repetiu. E repetiu. E repetiu. Claramente LIDERANÇA não é uma característica de Abel Braga como eu achava que fosse. Sempre o defendi nesse quesito porque parecia que, por mais que os torcedores quisessem que ele falasse mal de jogadores, ele não o fazia. Por média ou por entender o papel de um líder, ele estava certo.

A premissa básica de um bom líder é a de que o elogio é PÚBLICO e a bronca é PRIVADA. Um líder não expõe um liderado nem para os colegas, muito menos para o público externo. No futebol, movido a paixões muitas vezes exacerbadas, é ainda mais grave. No Brasil, com o desejo de justiçamento cada vez mais forte, muito mais grave.

O prejuízo da exposição é do Wendel. Mas também é do clube pois Wendel é um ativo de mais 10 milhões de euros. E poderá vir a ser do próprio Abel. Como ficarão as cabeças de outros jogadores? Se Abel expôs Wendel publicamente pode fazer com qualquer outro que, na visão dele, cometa um erro.

Também não cabe culpar a imprensa. Ela fez o papel dela. As fontes disseram que havia um problema de indisciplina e ele foi divulgado no início do jogo pelo narrador Luiz Carlos Junior. O que pode ser colocado como erro da imprensa é não buscar a palavra do jogador pois a fonte fica escondida e o jogador foi exposto.

Essa atitude descabida de Abel Braga não é um "privilégio" do treinador do Fluminense. Raros são os casos que isso não acontece. No esporte brasileiro o caso mais emblemático foi o corte do levantador Ricardinho em 2007. Bernardinho nunca disse o motivo do corte, nunca expôs o jogador. Mesmo com as críticas levianas de que o teria feito para convocar seu filho, Bruninho. 

Os motivos do corte só foram revelados quando saíram os livros de Giba, Serginho e do próprio Ricardinho. Neles ficou claro que o levantador "passava do ponto" nas reuniões. Rodrigão chegou a dizer que Ricardinho estava certo no que dizia mas na forma como fazia. Aquilo trazia problemas para o grupo O que sabemos é por conta dos jogadores, nunca por uma exposição pública do técnico.

Não há equipe que resista a um mau líder. Uma vez quebrada a confiança no líder, já era. Não tem volta. Quem correrá por um líder que tira o dele da reta em um momento de resultados ruins e metas não alcançadas? Que Abel aprenda a resolver as crises internamente, que o clube desautorize jogadores a falarem sobre o assunto com a imprensa e que Wendel foque em sua carreira que está começando mas que pode acabar mal se ele seguir se afastando dela por má orientação.

2 comentários:

  1. Nada haver essa opinião completamente tendenciosa sobre o Abel, que por sinal é um ótimo líder, tendo em vista que o treinador deu enumeras chances para o Wendel, chegou a um ponto que não dava para sustentar, e aí sim acabaria perdendo o grupo que ele tem em mãos.

    ResponderExcluir
  2. O Abel sempre foi um líder no Fluminense e está certo em barrar esse jogador indisciplinado! Que vai servir de exemplo pro resto do grupo, quem não se enquadrar será barrado do time! O Abel está certo!...

    ResponderExcluir