quinta-feira, 6 de julho de 2017

Assis ... Assis ... Assis...

Quarenta e cinco e quinze...Bola levantada agora para Assis livre, tem condição, vai marcar, chegou, colocou, é gooooolll. Goooooooooooooooooooooooooooooooooooooollllll Assiiiiiissss, camisa número dez; Quando eram decorridos quarenta e cinco e meio da etapa final. Agora no Placaaarrrr (Fluminensesesese) um, Assis, camisa dez, (Flamengogogogogo) zeroooo.


Assim o inesquecível Jorge Curi narrou aquele gol histórico daquele Fla-Flu antológico, violento, brigado, molhado. Aos 45 minutos e meio ( o extremo detalhamento sempre foi uma característica de Jorge Curi), Assis colocava a mão do Fluminense na taça de campeão estadual e inciava a trajetória de um dos maiores times da História do futebol brasileiro: o Fluminense TRI estadual e Campeão Brasileiro de 84.


Hoje, 6 de julho de 2017, completa-se o terceiro ano sem Assis. Naquele domingo, 06 de julho de 2014, acordei, fui a padaria, voltei para casa e liguei o notebook, como faço sempre. Mas sequer tomei o café ou comi meu pão com mortadela. No twitter havia o comentário de sua morte e fui buscar as informações. Nada. Pensei: "FDPs. Inventaram mais uma morte". Washington tinha morrido 42 dias antes e não era possível que o outro membro do inesquecível casal 20 tricolor também tivesse partido.


Pouco a pouco o boato ficava mais forte até que, no meio da manhã, veio a confirmação: Benedito de Assis da Silva, o nosso Assis, o carrasco, havia falecido devido a falência múltipla dos órgãos causada por uma peritonite, adquirida nas sessões de diálise peritoneal para tratar de uma doença renal crônica. 

Assis é ídolo de 10 entre 10 tricolores de minha geração. Jogou 180 partidas pelo Fluminense conquistando 95 vitórias, 55 empates e 30 derrotas e marcou 57 gols (informação do http://www.fluzao.info/). Ganhou o apelido de Carrasco por marcar em duas finais consecutivas contra o Flamengo, em 83, aos 45 minutos e meio, e em 84. Mas marcou gols importantíssimos além desses, como os 2 contra o América que valeram a Taça Guanabara de 1983 e o primeiro gol tricolor contra o Corinthians no Morumbi, em 1984, pela semi-final do Campeonato Brasileiro.


Nunca tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, embora sempre fizesse planos para fazê-lo. Mas parece, até hoje, que perdi um parente próximo. Assim é a relação com os ídolos, com aqueles que nos dão tanta alegria e exemplo. Assis era uma pessoa simples, doce, gentil e com um amor incondicional pelo Fluminense.

Hoje faz 3 anos que o perdemos. Não sabemos o que acontece depois que partimos. Mas se há algum lugar bom para onde as pessoas boas vão depois da morte, certamente há um bate bola eterno entre o casal 20.


Obrigado, Assis!

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