No dia em que o futebol conquistou pela primeira vez a medalha de ouro, Maicon Siqueira, Isaquias Queiroz e Erlon Silva trouxeram a tona a luta do brasileiro, atleta ou não. Ao contrário dos milionários do futebol (esporte menos importante das Olimpíadas), os 3 medalhistas sofrem com as más condições de treinamento, falta de apoio e de dinheiro para seguirem nos seus sonhos esportivos.
Evidentemente, com toda a massificação midiática, a medalha de ouro no futebol ganha ares de título mundial, embora tenha vencido um catadão da Alemanha, com jogadores do 3° escalão de lá. É mais ou menos como ver uma seleção brasileira com Marcio Araujo, Magno Alves, Jorge Henrique, Sassá, etc só pra ficar com os jogadores que atuam nos 4 grandes do Rio.
Mas, esportivamente, a medalha de prata na Canoagem de Velocidade e o bronze no Taekwondo são infinitamente mais importantes. Primeiro que os melhores atletas do mundo estão na competição, ao contrário do futebol onde o único astro do esporte bretão foi Neymar. Segundo que há no Brasil a monocultura do futebol e os demais esportes só são vistos na TV de 4 em 4 anos. Terceiro que a estrutura dos esportes olímpicos é infinitamente menor que a do futebol, com patrocínios irrisórios e sem intercâmbio adequado com os melhores centros do mundo..
O grande problema do ouro no futebol é que toda e qualquer esperança de mudança de calendário, de tirar o futebol dos clubes das mãos sujas da CBF foram pelo ralo e dependerão, talvez, da eliminação da seleção da CBF da Copa do Mundo da Rússia. Qualquer êxito da camisa amarela é um ippon nos clubes.
Mas Isaquias, Erlon e Maicon passaram por cima disso tudo e conquistaram medalhas importantíssimas para o Brasil que, nesse momento, bateu o recorde de meldalhas em uma edição dos Jogos Olímpicos, com 18 (a 19a virá com o vôlei masculino) e, embora tenhamos confederações inimigas do esporte, os atletas honram e dignificam seus esportes.
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