Thiago Braz da Silva fez história, ganhou o ouro e bateu o recorde olímpico. Já a torcida fez um papelão ao vaiar os adversários do brasileiro
Quando se fala em Salto com Vara, o primeiro nome brasileiro que vem a cabeça é o da campeã mundial indoor Fabiana Murer. Era. Desde ontem, além de Fabiana, o Brasil tem um nome e um nome de ouro. Thiago Braz da Silva bateu o supercampeão Renauld Lavillenie e provocou a catarse no Engenhão.
A prova foi tática. Thiago e Lavillenie passaram o primeiro salto e entraram na briga com o sarrafo mais alto. Com 5,85m veio a garantia da medalha com as falhas do Tcheco e do polonês. A briga estava, então, entre Thiago, Lavillenie e o americano Kendricks.
O americano não conseguiu passar a marca de 5,93m. A prata estava garantida. Mas Thiago queria mais, queria o que muitos achavam impossível. Quando o francês passou a marca de 5,98m, Thiago surpreendeu e passou, subindo o sarrafo para 6,03m. Ajustou a marca na primeira tentativa e passou na segunda, batendo o recorde olímpico. Lavillenie falhou duas vezes e resolveu arriscar tudo. Subiu o sarrafo para 6,08m mas não conseguiu passar. Ouro para o Brasil, ouro para Thiago Braz. E a comemoração foi emocionante.
A mesma torcida que comemorou o ouro inédito de maneira emocionante e apaixonada, demonstrou ao longo da prova tpda a sua falta de educação, de cultura olímpica e de entendimento que o adversário não é inimigo. A mono-cultura do futebol, onde parece valer tudo inclusive a desonestidade que faz os fins justificarem os meios, provocou a justa revolta do francês . Não se vaia o adversário, não se trata o adversário como inimigo. Isso só acontece aqui.
Mas, apesar dos mal educados, dos estúpidos, o dia, a semana, as Olimpíadas são de Thiago Braz, menino de Marília que largou a bagunça que é o esporte brasileiro, cheio de corruptos e canalhas, foi morar na Itália e, treinado por Vitaly Petrov, conquistou o mundo.
Obrigado, Thiago Braz da Silva!
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