segunda-feira, 6 de junho de 2016

A mudança de patamar de Novak Djokovic


O que era realmente preciso pra um jogador como Novak Djokovic se tornar uma lenda e definitivamente ser lembrado para sempre? O título de Roland Garros, o único que faltava a ele dos quatro Grand Slams. E depois de tantos tentar, três vice-campeonatos, ele finalmente veio nesse último domingo. O "trauma" tinha acabado, Djokovic completava o Carrer Slam (detentor dos 4 títulos de Grand Slam) e com a conquista outros recordes apareceram: 12 títulos de Grand Slam (igualado com Roy Emerson) e detentor dos últimos 4 títulos de Grand Slam (a última derrota foi para Stan Wawrinka em Roland Garros do ano passado).

A CAMPANHA

Quando o sorteio das chaves saiu aparentemente Djokovic iria chegar sem maiores problemas até a semifinal quando teria o confronto contra Rafael Nadal. E realmente foi, pelo menos nas três primeiras rodadas o sérvio não precisou jogar o seu melhor pra passar de fase. Aí veio a segunda semana e com ela, a surpreendente notícia da desistência de Nadal alegando dores no punho, então com isso a chave de Djokovic abriu ainda mais pra chegar na final. O que mudou também nessa segunda semana foi o clima em Paris, muita chuva que deixou as quadras mais pesadas, jogos paravam, voltavam, eram cancelados, etc. Isso foi bastante sentido por Djokovic no jogo das oitavas contra Roberto Bautista Agut, onde ele estava bastante desconfortável em quadra, principalmente no saque sendo quebrado várias vezes, chegou a perder o primeiro set, mas teve calma e paciência pra reverter a situação, o jogo acabou só no dia seguinte por conta das condições climáticas em Paris.

No jogo das quartas-de-final contra Tomas Berdych aparentemente tudo ia bastante tranquilo, Djokovic tinha 2 sets a 0, mas no início do terceiro set em um erro não-forçado o sérvio se irritou, jogou a raquete e ela foi pra trás e quase pegou no juiz de linha, que por sua vez desviou pra não pegar nele. Já vimos outros casos parecidos em que o jogador não tinha intenção de fazer isso, mas se acertasse a raquete em alguém (juiz de linha, na torcida, etc) era desclassificado. Esse foi o momento de sorte de campeão. Esse realmente era o ano do primeiro título de Djokovic em Paris.

Na semifinal Djokovic tinha o desafio de enfrentar Dominic Thiem, um jovem que vem em uma crescente gigante nesse ano e que com a campanha entrou no top 10 do ranking mundial, mas que ainda está em um patamar abaixo desses "monstros" (Djokovic, Murray, Federer e Nadal). Mas vale ficar de olho no garoto, se trabalhar bem pode conseguir chegar nos mesmos passos deles um dia. Djokovic passou sem maiores problemas, 3 sets a 0, e era tudo o que ele precisava pra chegar descansado na final, já que jogou em dias seguidos por conta da chuva em Paris.

Chegou o dia da final e mais uma oportunidade para Djokovic ganhar Roland Garros. O adversário era Andy Murray, adversário em que ele venceu muito mais do que perdeu, mas que no último confronto entre os dois na final do Masters 1000 de Roma semanas antes, o britânico tinha levado a melhor. Simplesmente número 1 contra número 2 em quadra. Djokovic demorou a "entrar" no jogo, pois no primeiro set estava bastante nervoso e Murray muito mais "vibrante", isso até o começo do segundo set quando no segundo game, Murray cometeu uma dupla-falta e perdeu o saque. Ali o jogo tinha mudado e Djokovic um outro jogador, dominou sem grandes dificuldades até o 5-2 do quarto set. Com a proximidade do tão sonhado título, aquele nervosismo inicial voltou, o sérvio foi quebrado e precisou sacar outra vez no 5-4 para fechar, onde teve 40-15, Murray salvou os dois match-points, mas na terceira oportunidade, finalmente aconteceu, Djokovic era campeão de Roland Garros.

O CORAÇÃO

O nosso Guga esse ano foi um dos motoristas do Road to Roland Garros (uma entrevista bem divertida com algumas das estrelas do circuito durante o percurso) e em uma dessas caronas, Djokovic foi um dos passageiros. E sabemos quando se trata dos dois, sobra carisma! Nisso veio a história do coração, Djokovic falou a Guga que um dos momentos mais memoráveis de Roland Garros foi quando Guga tinha desenhado um coração na quadra após uma vitória incrível e assim pediu permissão a ele se podia repetir o gesto, caso conquistasse o título em Roland Garros e Guga deu a permissão. O gesto foi cumprido e que cena foi essa, com certeza deu aquela lembrança a todos os brasileiros!



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