terça-feira, 9 de agosto de 2011

Caso Fred. Só há réu

E o Fluminense voltou a parar nas páginas policiais dos tablóides travestidos de jornais sérios. Dessa vez não chegou a ter agressão, como aconteceu com Diguinho, em 2009. Mas envolveu o principal jogador do elenco, o atacante Fred.




E nesse episódio não há inocentes: Errado está o jogador pois não deveria estar na alta madrugada bebendo e tendo treino no dia seguinte. Além disso, tem um histórico de lesões que deveriam balizar suas saídas e fazê-lo optar pelo descanso, tão ou mais importante que o treinamento.




Errados estão os que ameaçaram o jogador (me recuso a chamá-los de torcedores ou tricolores). Ninguém tem o direito de cercear o ir e vir de quem quer que seja. Que autoridade têm essas pessoas para ir a casa de um cidadão dizer que ele não pode sair? Que autoridade têm para persegui-lo? Cometeram crime e como criminosos devem ser tratados.

Errado está o repórter e seu tutor que comentaram no twitter a ação do "bonde". Ou seria bando? A promiscuidade de parte da imprensa com torcidas organizadas é uma situação perigosa não só para o esporte como para a sociedade. Não pode ser sério um jornalista que avisa aos organizados que um jogador está em um bar. Há questões muito mais importantes para um jornalista competente. Ou deveria haver! Jornalista manja, como diria Lúcio de Castro.

Esse episódio evidencia, mais uma vez, a necessidade de se repensar o papel da imprensa que parece mais preocupada em dar o furo do que com a notícia. Repensar a necessidade de criar notícia e de estar em evidência que alguns jornalistas trazem consigo. Repensar a fábrica de X-9 e traíras, batizados de fontes.

O episódio traz também a necessidade de rediscutirmos a utilidade das torcidas organizadas. O que foi criado no final da década de 60,início da de 70, para fazer festas nas arquibancadas e incentivar o time em campo de maneira organizada hoje é um fator que afasta o torcedor comum (que elas chamam de povão e PAGAM INGRESSO) do estádio.

E traz mais um ingrediente perigoso que é a relação promíscua entre dirigentes e essas facções. A recepção desses indíviduos no local de trabalho para reuniões com jogadores e técnicos e a absurda distribuição de ingressos grátis alimentam a sensação de poder dessas organizações.



Quem ama o clube PAGA INGRESSO!

No final das contas, temos uma novela sem mocinho. Só tem vilão. Só tem réu.

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