sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O trabalho administrativo tem que continuar. Com ou sem Abad

Acordo com Organizadas não pode deter a reestruturação financeira no FLU


Poucos dias depois da publicação do balancete do 3° trimestre de 2017 onde o déficit de fluxo de caixa do clube havia caído para pouco menos de 14 milhões e com uma perspectiva menos pessimista para 2018, uma bomba caiu nas Laranjeiras. A operação da Polícia Civil que investiga o cambismo no futebol através de torcidas organizadas teve mandado de condução coercitiva contra o Presidente do Fluminense, Pedro Abad.

Foto: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C. / LANCE!
Abad seguiu para a cidade da polícia e prestou seu depoimento sobre os fatos investigados e, em entrevista, admitiu que em setembro fechou acordo com as Organizadas do Fluminense de conceder ingressos para que o apoio ao time fosse maior nas arquibancadas. 

Em primeiro lugar é preciso dizer que ceder ingresso para organizadas não é crime e não o coloca, a priori, como cúmplice do crime de cambismo que as organizadas estão investigadas e presidentes delas presos ou procurados. Imputar a ele crimes pelo fato de ter ido depor na operação é mais um capítulo da leviandade da oposição do (ao) Fluminense que a manada segue sem pensar, pesquisar, estudar ou se informar.

Em segundo lugar é igualmente preciso dizer que qualquer associação de dirigente com torcidas organizadas é absolutamente abominável. Não é de hoje que as torcidas que nasceram no final da década de 60 para fazer a festa e incentivar os times se tornaram, boa parte delas, organizações criminosas. Dar 2, 20 ou 200 ingressos para essa gente não é um delito mas é uma falta de inteligência e estratégia tremendas.

Em terceiro lugar, é preciso que no Brasil paremos com julgamentos sumários por redes sociais onde achincalhamos histórias, imagens, vidas. Pedro Abad depôs e tem o direito a presunção da inocência, a ampla e irrestrita defesa e a protestar contra o nefasto mandato de condução coercitiva que, parece, virou moda entre juízes que querem aparecer na mídia. Não houve recusa a depor pois não houve intimação para fazê-lo. Então, a condução coercitiva se torna uma violência e um abuso de autoridade.

Tão importante quanto a investigação e a punição dos culpados por cambismo é a continuidade da reestruturação financeira do Fluminense. Ela não pode parar. O trabalho administrativo até agora, em que pese a gritaria da manada, é excelente. O Fluminense conseguiu reduzir o déficit de fluxo de caixa que era previsto em 75 milhões no início do ano para 14 milhões ao final do 3° trimestre, vem seguindo as orientações da consultoria da Ernst & Young e tudo aponta para a retomada de investimentos em breve.

Por mais que a manada, incitada pela oposição que destruiu as finanças do clube, não se importe, é essa reestruturação que permitirá ao Fluminense se fortalecer em um prazo muito menor que eles pensam. Livre da pressão de vender jogador para pagar salários ou contas atrasadas, o Fluminense poderá segurar mais os talentos, recusar propostas que considere não serem ideais e investir mais, formando elencos dignos da tradição do clube.

Assim, se o erro (opinião do blog) do Presidente Pedro Abad colocar em risco todo o processo de reestruturação da dívida é hora de buscarmos alternativas. Se, para recuperar credibilidade, o Presidente resolver encher o bolso do clube com empréstimos para gastar e agradar a torcida ou contratar e não pagar, não será mais importante ao Fluminense. 

É hora de Abad pensar, admitir que errou (mesmo não cometendo crime nenhum) e afirmar de maneira categórica que o rumo administrativo da gestão não irá mudar ou então será melhor que renuncie.

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