segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A diferença entre a Grã-Bretanha e o Brasil dos desonestos

Terminadas as competições do Rio 2016 é hora de fazer os balanços e lemos, vemos e ouvimos asneiras de vários lados, inclusive de gente que sabe o que acontece nos bastidores mas prefere o discurso fácil de que o atleta brasileiro "amarela" na hora do "vamos ver". É um discurso mentiroso, canalha, desonesto. Thiago Braz, Rafaela Silva, Mayra Aguiar, Agatha e Barbara, e os demais medalhistas não amarelaram. Medalharam. 


O que mais ouvimos dos atletas, medalhistas ou não foi a frase "dei o meu melhor mas não deu". É a mais pura verdade. Os atletas deram o seu melhor, ninguém fugiu a luta, da raia. Mas o fato é os dirigentes nunca dão o seu melhor para o esporte. É sempre um jogo de politicagem de manutenção do poder. A tentativa de impedir os mandatos vitalícios no esporte, feita pela Presidenta afastada, Dilma Rousseff, foi boicotado por um Congresso recheados de ladrões. 

Em julho veio a tona o que todos nós sabíamos. Um esquema criminoso de desvio de verbas que deveriam ter chegado aos atletas e não chegaram. (Você pode ler a matéria AQUI). Entre os crimes, fraude em licitação, superfaturamento e falsidade ideológica. 



Se pararmos para fazer uma análise entre a Grâ-Bretanha, anfitriã dos Jogos de 2012, e o Brasil, anfitrião de 2016, podemos perceber claramente o porque deles terem passado de 30 medalhas em 2004, um ano antes de serem confirmados como sede, para 47 em Pequim, chegando a 65 na casa deles, em 2012. Mais que isso, o trabalho continuou e no Brasil ficaram em 2° lugar no quadro de medalhas, com um total de 67 medalhas. 

E o Brasil? Um ano antes de ser confirmado como sede olímpica, o país conquistou 15 medalhas. Em Londres foram 17 medalhas e em casa foram 19 medalhas. O que será do Brasil em 2020? A resposta é simples: ganharemos menos medalhas, faremos menos finais e ouviremos ainda mais os discursos desonestos contra os atletas. E essa resposta não tem chance de ser equivocada porque nesse ciclo olímpico, não faltou dinheiro do Governo para o esporte, A partir de 2008, o Governo (Lula) através das Forças Armadas, investiu cerca de 18 milhões por ano primeiro com vistas aos Jogos Mundiais Militares de 2011 e, depois, visando os Jogos do Rio de Janeiro.


Se, por um lado, essa verba deve continuar intacta, por outro lado, algumas Confederações como a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), já anunciaram redução de investimentos para o próximo ciclo olímpico. Ou seja, se algumas já desviaram recursos públicos, se as empresas privadas no Brasil não servem para nada ou quase nada em termos de apoio ao esporte, se a base esportiva e o esporte nas escolas foram completamente abandonados no ciclo olímpico da olimpíada no Brasil, imagina agora que a festa acabou!

No pais de desonestos (frase antológica de Levir Culpi) continuaremos a viver da luta, da garra, do sacrifício e do talento de alguns atletas, com dirigentes surfando covardemente no sucesso deles. Perderemos milhares de Rafaelas, Mayras, Serginhos, Felipes, Thiagos, etc pela combinação nefasta de políticos corruptos e dirigentes desonestos. Em 2020, em Tóquio, teremos os de sempre (que não tiverem se aposentado), sem renovação e com muito menos medalhas. Infelizmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário