sábado, 1 de agosto de 2015

A salvação do futebol brasileiro e o fim dos estauais

Torneios estaduais provocam desemprego após 15 jogos

Na noite de ontem, na Espn Brasil, houve um debate acalorado entre os jornalistas Paulo Calçade e Antero Greco sobre a estrutura do futebol brasileiro. Cada um com suas idéias, argumentos e razões. Ambos estavam certos nas suas assertivas. Calçade ao afirmar que esse modelo está podre e Antero na preocupação com a tradição dos pequenos clubes. Na verdade, ambos falavam a mesma coisa mas de maneira diferente.

A primeira questão é a existência dos estaduais. Antigamente eram os campeonatos mais importantes do país mas, com o tempo, foram perdendo importância e, hoje, são pesos mortos no calendário dos clubes. Não vale sequer o argumento de que esses torneios mantém os pequenos. Ele, o argumento, é mentirosos pois os estaduais matam os clubes pequenos que é o que vemos por aí. Por onde andam  São Cristóvão, o Olaria, o Goytacaz, o Campo Grande, o XV de Jaú, por exemplo?



Os estaduais servem apenas como manutenção de poder pelas federações. Jogos deficitários, sem público, sem iluminação e muitas vezes até sem grama fazem parte do show de horrores de torneios que sequer prezam pela credibilidade, vide o Euricão 2015. Ao fim dos torneios, mais da metade dos clubes simplesmente para de existir, demite todo o departamento de futebol e espera o próximo ano. Esse modelo assassinou os pequenos clubes do Brasil. Assassinou inclusive um campeão brasileiro, o Guarani.

Mas acabar com os estaduais simplesmente não resolve pois isso oficializaria o fim dos pequenos e o desemprego de 20 mil pessoas entre jogadores, comissão técnica, roupeiros, aparadores de grama, etc. Transformar esses torneios em uma série E, regionalizada, jogando o ano todo faria com que esses clubes se mantivessem o ano inteiro em atividade é uma solução atrativa. Além disso, a Copa do Brasil poderia ser disputada por todos, durante o ano inteiro com os clubes das séries A e B entrando nas fases mais avançadas.

Mas, será que isso interessa? A Globo, proprietária do futebol no Brasil já demonstra que não está interessada no fortalecimento do futebol. Pensa apenas em fortalecer Flamengo e Corinthians para salvar sua audiência, cada vez menor.Há um projeto de lei na Câmara que obriga a divisão justa da verba de TV, com 50% igual para todos, 25% por audiência e 25% por colocação no campeonato anterior. Como seria bom se a Câmara dos Deputados fosse uma casa séria!

O fato é que é necessário mudar a estrutura do futebol e isso é o mais difícil pois o poder político no futebol está aliado ao poder financeiro e o dinheiro rola solto, inclusive em forma de mesada que a CBF paga a federações. A MP671 avançou em vários pontos mas ainda não conseguiu demolir essa forma de poder. É um caminho longo, árduo, mas que precisa ser trilhado para que clubes tradicionais como Guarani, Portuguesa, América-RJ, Bangu, Ferroviário, entre outros não agonizem.

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