sexta-feira, 15 de maio de 2015

Selvageria e várzea na Libertadores

Bandidos do Boca Juniors jogaram gás de pimenta em jogadores do River Plate no túnel de acesso ao gramado

Várzea

O que era pra ser um jogaço, com toda carga de drama, emoção e gols, foi um festival de desorganização, violência e atraso. O super-clássico argentino entre Boca e River teve só 45 minutos. 45 minutos de entradas duras, violentas, e quase nenhum futebol.

Bandido Xeneíze

No retorno do intervalo, bandidos jogaram gás de pimenta no túnel de acesso ao gramado do River Plate. Alguns jogadores foram atingidos e sofreram queimaduras de 1° grau. Enquanto os jogadores eram atendidos, o que se viu foi um verdadeiro circo de horrores, com a polícia sem saber como atuar, a arbitragem totalmente perdida e o delegado da Conmebol com cara de "que que eu faço agora?"

Não bastasse o spray de pimenta, a falta de decisão da arbitragem e da Conmebol, ainda surgiu um drone carregando o que seria um fantasma da série B. Como um sistema de segurança eficaz permite a entrada de um drone no estádio? Mais que isso, se passa um drone, estamos a um passo de termos jogadores assassinados em campo pela bandidagem organizada que, na Argentina, é muito mais perigosa e com o crime organizado muito mais infiltrado do que no Brasil.

Drone

Depois de mais de uma hora, finalmente, tomaram a decisão óbvia: suspender a partida. Não havia condição física e psicológica para continuar e o River tinha um claro prejuízo nesse aspecto. Ainda assim, numa demonstração de falta de civilidade e companheirismo, jogadores do Boca pressionaram a arbitragem para que o jogo continuasse.

Após a decisão tardia, a saída tardia de campo e aí, senhoras e senhores, o absurdo final da noite: os jogadores do Boca aplaudindo a torcida, num claro ato de cumplicidade com a violência, com a selvageria.

Que a Conmebol, uma vez na sua história, tenha uma decisão justa e honesta. Que o Boca Juniors seja severamente punido, que a Bombonera seja interditada até que se adeque às normas mínimas de segurança. Mas que nós, brasileiros, não achemos que isso só acontece na Argentina. Ou já nos esquecemos da final do campeonato cearense desse ano?

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