segunda-feira, 13 de setembro de 2010

13 Jogos do Fluzão - Fluminense 1x0 Vasco - 1980

Esse é o primeiro grande jogo do FLU que eu tenho lembrança do dia do jogo, do jogo e do pós jogo. Aquele dia me marcou muito. Primeiro pelo bolo que meu pai, recém separado de minha mãe, me deu. Tínhamos combinado de ir e eu fiquei esperando, esperando, esperando e ele não apareceu. Como não tínhamos telefone, e eu sei lá se ele lembrou do combinado, não fui ao Maracanã naquele dia mágico.

Aquele 30/11/1980 tinha ficado chato. Meu time na final do carioca que todos os meios de comunicação da época davam como certo para o Flamengo de Zico e cia, e eu sem poder ir. Aos 9 anos senti a primeira grande frustração. Mas ela seria revertida pouco depois.

Decidi que ouviria o jogo em casa, no vitrolão que herdamos da minha avó. O treco era grande mesmo, Telefunken. Pra passar o tempo daquela tarde chuvosa resolvi jogar botão sozinho. Escalei os times e fiz a partida que se aconteceria no Maraca mais tarde. O resultado? Fluminense 8x2 Vasco. Nem roubei pro FLU. Nem um pouco!!!

Quando já estava com a vitrola ligada, tocou a campainha e, criança que era, achei que era meu pai atrasado e que ainda iria ao Maracanã. Mas não era. Era meu amigo Claudio me chamando pra ouvir o jogo na casa dele. Aceitei e na descida da escada pro segundo andar, o vascaíno foi me zoando. Ao chegar no apartameto dele, o pai dele também já me zoou de cara. Fiquei p. da vida e passei a torcer com raiva.


Ouvíamos José Carlos Araújo, Rádio Nacional, e a cada lance de perigo ou eu ou o Claudio colocávamos as mãos no rosto. O nervosismo era gigante Até que a bomba santa de Edinho e a falha de Mazzaropi me fizeram explodir de alegria. Não estava vendo o jogo mas estava imaginando como tinha sido entre gritos e pulos. Esqueci até que estava em casa de vascaínos.

Ao final do jogo, entre os fogos que estouravam lá fora ouvi um soluço. Era o Claudio, aos 8 anos, chorando o primeiro vice-campeonato de seu time que ele acompanhara. Era só o primeiro de muitos. Eu, feliz, disse a ele que estava indo e que não era pra ele chorar (fidalgo). Na subida pro quarto andar, dois andares gritando É CAMPEÃO tum tum tum É CAMPEÃO tum tum tum.

Ao chegar em casa, feliz da vida, dei um abraço na minha mãe, corri pra janela e gritei CAMPEÃÃÃÃO!!! Logo depois, Marcelo, um amigo botafoguense que nunca vira o time dele ser campeão (e só veria em 1989) chegou lá em casa. Meio constrangido, apenas apertou minha mão e disse: parabéns pelo título. Ao que respondi: um dia você ainda vai saber como é ser campeão.

Ah! Fidalguia tem limite e, se fosse pra ser simpático, torceria pro Botafogo. Não é mesmo?

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